A fosfina é o principal produto químico utilizado para eliminar insetos na armazenagem de grãos. Este inseticida, bastante tóxico, é a causa de muitos acidentes na pós-colheita, contaminando pessoas e ambiente com resíduos metálicos que nem sempre se decompõem corretamente. A possibilidade de usar fosfina em forma líquida é novidade no Brasil e foi apresentada pela primeira vez na 5° Conferência Brasleira de Pós-Colheita no Centro de Convenções de Foz do Iguaçu, PR.

A fosfina é um inseticida a base de brometo de metila, ácido sulfúrico e ácido cianítrico, formando uma substância letal que se decompõe quando em contato com o ar. Utilizado em praticamente todo o sistema de armazenagem de grãos para o controle de pragas, o produto de diversas marcas comerciais, está disponível em forma de pastilhas, que são adicionadas na massa de grãos liberando gás tóxico e contato com a umidade dos armazéns e silos. A eficiência na mortalidade de pragas pode chegar a 100%, com um período de segurança recomendado de 4 dias.

O problema no uso da fosfina está associado à exposição dos armazenadores, técnicos que nem sempre estão preparados para fazer o expurgo dos grãos de maneira segura. Acidentes letais com intoxicações ou explosões ainda acontecem em todo o mundo, mesmo com 75 anos de uso do produto. Além disso, após o expurgo com pastilhas de fosfina, os grãos devem permanecer estocados por mais 7 dias para evitar resíduos químicos nos alimentos.
A proposta da empresa Fosfoquim é amenizar os riscos com o uso da fosfina. Para tanto, em 2002, o grupo de pesquisadores do Chilendesenvolveu a fosfina em uma forma líquida, tecnologia que gradualmente está sendo implantada nos maiores centros produtores de grãos no mundo, adotada em países como Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia. "No Brasil, esta é a primeira apresentação pública da tecnologia", explica o pesquisador Franziskus Horn Feja, diretor da Fosfoquim, destacando o potencial do mercado brasileiro, como quarto produtor mundial de grãos.